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Linha de vida para Caminhão

Parece simples, mas não é! Quedas em trabalhos de enlonamento de cargas em caminhões ou outros veículos, infelizmente é algo muito comum. Atividades similares, como limpeza de caminhões, manutenção em vagões de trens, amarração de cargas, entre outros, geram muitos acidentes.

É comum pensarmos que essa baixas alturas não oferecem tanto risco, quando na verdade a maioria das fatalidades por queda ocorre exatamente nessas baixas alturas. Há estudos que mostram que até 90% dessas fatalidades são por quedas de menos de quatro metros.

A equipe da Dois Dez é composta de muitas pessoas que têm a vivência do trabalho em altura e sabemos muito bem que, quando olhamos para baixo de cima de um prédio de 50 andares, o medo de cair garante a nossa segurança. O medo de grandes alturas é algo instintivo e esse medo nos faz verificar nossas ancoragens diversas vezes. Antes de se pendurar em uma fachada, vamos inspecionar os cintos, as cordas, as ancoragens. Vamos verificar a permissão de trabalho e o plano de resgate. Mas, e quando estamos trocando uma lâmpada em cima de uma cadeira? Ou arrumando o ar condicionado como ocorreu com o Gugu Liberato? São nessas horas, onde o risco parece pequeno, que a grande maioria dos acidentes ocorre. Não verificamos as ancoragens, os cintos, as cordas. Permissão de trabalho para subir em uma escada de mão? Exagero?

O problema é ainda mais sério quando o assunto é trabalho em cima de veículos, caminhões e vagões. Por desconhecer os riscos, muitas empresas optam por instalar ancoragens baratas e, nesse caso, a opção mais em conta é instalar um cabo de aço sobre o local onde ocorre a atividade. A princípio o problema parece ter sido resolvido, mas uma análise de risco revela facilmente a ineficácia deste sistema.

Cabos de aço usados para Linhas de Vida são uma excelente solução para trabalhos onde a ZLQ é relativamente longa como trabalhos sobre telhados. Veículos normalmente são baixos, cerca de 3 a 4m. Quando instalamos um cabo de aço sobre o veículo, precisamos levar em consideração que, em caso de queda do usuário, esse cabo de aço irá se alongar. Isso se chama flecha. Esse alongamento do cabo contribui para redução da ZLQ. Para impedir a queda do usuário, ele normalmente estará conectado ao cabo de aço por um Trava-Quedas retrátil que também possui uma distância de frenagem, antes que ele trave completamente.

Considerando essas informações, podemos fazer um rápido cálculo de ZLQ. Para isso precisamos somar a distância de frenagem do Trava-Quedas retrátil com a flecha do cabo de aço da linha de vida e mais um metro de segurança. Esse cálculo é aplicável para trabalhos com retráteis. Em caso de uso de talabartes, a soma é diferente. Linhas de Vida constituídas de cabos de aço tendem a gerar uma flecha por volta de 1 a 2m. Os retráteis costumam solicitar em torno de 0,5 a 1m para frenagem total. No melhor cenário: 1m + 1m + 0,5m = 2,5m. Mas no cenário conservador: 2m + 1m + 1m = 4m. Vemos que nossa ZLQ pode variar de 2,5 a 4m dependendo do equipamento que for selecionado. Com 4m de ZLQ necessária restringimos a grande parte das atividades sobre veículos.

Para conseguirmos ganhar uma distância crítica nessa conta, devemos substituir o cabo de aço da Linha de Vida por um trilho rígido sobre-cabeça que não possui nenhum alongamento. Dessa forma, excluindo a flecha do cabo, podemos chegar a 1,5m ou 2,5m de ZLQ necessária. Assim podemos atender a um maior número de cenários garantindo a segurança do usuário.

Através desses artigos temos o objetivo de disseminar conhecimento para auxiliar os profissionais de segurança a indicar a solução correta e segura para os responsáveis pela aquisição destes sistemas de proteção contra quedas. Como em quase tudo em nossas vidas, muitas vezes a solução barata costuma ser também a menos eficiente. Caso tenha qualquer dúvida ou precise de ajuda para dimensionar o seu SPQ, entre em contato conosco aqui na Dois Dez.

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